Nesta quarta-feira (9), o presidente dos Estados Unidos anunciou uma tarifa extra de 50% para produtos vindos do Brasil, válida a partir de 1º de agosto. Mais do que uma briga comercial, é uma resposta a decisões políticas, judiciais e até diplomáticas do governo brasileiro nos últimos meses.
Por que os EUA aplicaram esse “tarifaço”?
- Processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados. Trump chama isso de “caça às bruxas” e exige que pare imediatamente.
- Alterações no Marco Civil da Internet, que podem responsabilizar redes sociais e big techs. Os EUA viram isso como censura a empresas americanas.
- Aproximação do Brasil com países do BRICS (como Rússia, China e Índia) e fala sobre fugir do dólar. Para Washington, há sinais de rivalidade.
- Acusações de práticas comerciais desleais, baseadas na Seção 301 da lei de comércio dos EUA.
Como isso afeta o dia a dia e a economia brasileira?
- Os EUA são nosso segundo maior cliente: em 2024, compraram US$ 40,4 bilhões (12% das exportações).
- Produtos industriais (petróleo, minério, aço, aviões, eletrônicos) vão ficar 50% mais caros para os americanos. Petrobras e Embraer, por exemplo, sofrem forte impacto.
- No agronegócio, itens como açúcar, café, suco de laranja, carnes e soja terão menos compradores lá fora, sobrando oferta no mercado interno e derrubando preços.
- Menos exportação significa menos receita, investimento e emprego. As empresas podem cortar custos e reduzir vagas, o que preocupa sindicatos e a indústria.
E agora? As próximas jogadas do Brasil
O governo estuda três caminhos:
- Retaliar com tarifas sobre produtos americanos.
- Levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC).
- Negociar diretamente para tentar reduzir ou suspender a nova alíquota.
O desfecho vai depender de negociações políticas e da capacidade do Brasil de buscar aliados na cena internacional.